Lilás

Pediu brisa ao vento,
Atrovoou tormento
E rodopiou olhares,
Atormentando,
Num só giro de ares,
Trilhas e lares de quem por sobre si
Deitava as vistas.
Mas de nada adiantava encorajar-se
Dependurada e só.
Extasiada das facilidades
Extasiada das facilidades
oferecidas pelo galho,
Arremessou-se
Arremessou-se
Feito fruta madura de guerra,
Semeando,
Semeando,
Junto às outras filhas da terra,
Sementes de orgasmo
Sementes de orgasmo
Ao som de cirandas de orvalho.
Entoaram cores,
Imitaram flores,
Humilharam dores
E germinaram.
Julietizaram prosas
Entoaram cores,
Imitaram flores,
Humilharam dores
E germinaram.
Julietizaram prosas
Ergueram rosas,
Alexandraram hordas,
E simonizaram.
Empunharam lágrimas.
Alexandraram hordas,
E simonizaram.
Empunharam lágrimas.
Finalmente estava semeado
Solo fértil para novas mulheres.
Mão Dada
Com Ela
Viveria de vento
Entregando-me
Entregando-me
Aos ventos de feição
E revirando segredos
Com o sopro das mãos.
Viveria de vento
Descompassando ventos ponteiros
Viveria de vento
Descompassando ventos ponteiros
Escravos da hora
E ventanejando sem medo
E ventanejando sem medo
Da seca e da chuva.
Viveria, enfim,
Viveria, enfim,
Demasiadamente de vento
Repousando querência
Repousando querência
Na rosa-dos-ventos
E namorando ao pôr-do-sol
E namorando ao pôr-do-sol
No crepúsculo de cada dia.
*Foto por Liana Lisboa
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