Sobrenome


Vem, vem sem medo
De enrubescer minha face
Com seu frêmito de sensualidade
Intimidada pela luz.

Vem, vem sem receio de enfrentar-se
Em meus olhos rasgados
Descerrando de seus lábios
Murmúrios emudecidos pela polidez.

Vem, vem se desvelar
Com os desejos de minha generosidade
Que nem sua tênue maioridade
Seria capaz de desencaminhar.

Vem, vem se encorajar
Em derredor de meus braços
Descompassando cios, fios e laços

De tuas esquinas em frenesi.

Mas vem, vem antes
Que o tempo adensado de nós
Abdique de nossos sufrágios
Diferidos pela decência conveniente.

E chegue, chegue mesmo
Sem medo e sem horizontes
Porque tudo, além das palavras
Eu lhe ofereço de sobra e à exaustão.

2 comentários:

Liu Lisboa disse...

Tiras-me o ar.

amo!

Flávia disse...

Já tinha visto trechos desse texto e agora o vendo completo fico ainda mais admirada pelo dom que tens com os versos... Texto encantador... romantico e ao mesmo tempo sensual!
Continue... ;)